Bronquiolite infantil: Professora e Pediatra do Curso de Medicina da Unesc destaca informações importantes sobre o assunto

O inverno chegou oficialmente, embora a semana seja de temperaturas mais elevadas que o normal para a estação, ela comumente chega trazendo o aumento das doenças respiratórias, atingindo principalmente as crianças. É o caso da bronquiolite, enfermidade viral comum em crianças menores de dois anos e que geralmente é autolimitada. A doença é a principal causa de internações na infância, conforme alertou, no final de maio deste ano, a Secretaria Estadual de Saúde.

Segundo a pediatra e professora da Unesc, Meriene Viquetti, trata-se de um quadro obstrutivo das vias aéreas inferiores. “Os sintomas da bronquiolite são desencadeados por uma resposta inflamatória local, geralmente precedida por um resfriado comum, com presença de coriza, tosse e febre. É uma inflamação das pequenas vias aéreas, levando a descamação e necrose das células de dentro dos bronquíolos, formando tampões de secreção o que a gente pode chamar popularmente como catarro. A doença costuma durar de uma a duas semanas e geralmente tem o seu curso limitado. O tratamento é de suporte, como lavagem nasal, hidratação e uso de antitérmicos quando necessário”, explicou.

O principal vírus que causa a bronquiolite é chamado de vírus sincicial respiratório (VSR). A transmissão ocorre de pessoa a pessoa, através do contato direto com gotículas eliminadas ao tossir, espirrar ou falar ou pelo contato com superfícies e objetos contaminados nos quais o vírus pode sobreviver por várias horas.

De acordo com Meriene, os pais ou cuidadores devem ficar atentos aos seguintes sinais de alerta nos pequenos: respiração rápida; aparecimento das costelinhas ao respirar; abertura da asa do nariz ao respirar e aparente falta de ar.

Prevenção

Conforme a pediatra, atualmente não existe vacina contra o vírus, havendo apenas uma opção de prevenção em casos específicos. “Para crianças prematuras extremas e com doenças cardíacas e pulmonares graves há indicação da realização do chamado Palivizumabe nos primeiros anos de vida. O Palivizumabe não é uma vacina, mas uma imunoglobulina, um tipo de anticorpo “pronto” que induz imunização passiva específica contra este vírus”, explica.

A principal forma de prevenir a doença, de acordo com a médica, é através da prevenção do contágio.

Confira as dicas divulgadas pela Secretaria de Saúde para prevenção da bronquiolite:

Praticar a etiqueta da tosse, cobrindo a boca e o nariz com um lenço de papel ou com o antebraço ao tossir ou espirrar, jogando o lenço no lixo;

Higienizar as mãos com frequência, utilizando água e sabão por pelo menos 20 segundos, auxiliando as crianças pequenas a fazerem o mesmo. Se água e sabão não estiverem disponíveis, utilize álcool gel a 70%.

Evitar tocar olhos, nariz e boca com as mãos não higienizadas;

Limpar e desinfetar superfícies e objetos que as pessoas tocam com frequência, como brinquedos, maçanetas e dispositivos móveis;

Evitar contato próximo com outras pessoas, evitando beijar ou compartilhar copos, talheres ou objetos pessoais;

Utilizar máscaras de proteção facial de forma consistente e adequada, cobrindo o nariz e a boca, e promovendo trocas constantes sempre que estiverem úmidas;

Evitar frequentar espaços coletivos e com aglomeração de pessoas.

Pessoas com sintomas de resfriado não devem interagir com crianças que apresentam alto risco de doença grave por VSR, incluindo bebês prematuros, crianças menores de 2 anos com doenças pulmonares ou cardíacas crônicas e crianças com sistema imunológico enfraquecido.

Atenção

Entre os focos de atenção para a prevenção do contágio, de acordo com Meriene, devem estar as medidas de higienização e limpeza nas creches, escolas ou outros ambientes que apresentam risco potencial de transmissão de doenças respiratórias, principalmente durante os meses de outono e inverno.

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