Brasil de muitas dores, mas muitos amores

Neste sete de setembro tenho recebido muitas mensagens relacionadas ao dia da Independência do Brasil. Curiosamente todas de esperança, de credibilidade, mensagens demonstrando o amor que a maioria tem pelo nosso país.

Eu digo curiosamente porque, em anos passados, as mensagens não eram assim tão positivas e demonstrando este “amor” todo pelo Brasil. Eram, na sua maioria, de crítica e negação ao país.

Acredito que este novo pensar seja em respeito ao sofrimento que muitos brasileiros estão passando neste tempo de pandemia. É muita dor.

Estamos há seis meses vivendo uma situação nunca imaginável. Se lá em março tivéssemos uma visão da situação atual  não acreditaríamos, diríamos que isto não iria acontecer jamais.

E está acontecendo. Até quando? Quem sabe? Eu não arrisco nenhuma previsão. Para muitas famílias não foi o isolamento a preocupação maior, foi a perda de um ente querido. A morte ronda por entre caminhos que não conseguimos conter, seja por COVID ou outro mal, muitos brasileiros amanheceram, mas não anoiteceram.

Foi assim, num sopro, e já não estavam mais entre nós.

Você acha que diante de tanta dor e sofrimento alguém tem coragem de reclamar deste ou daquele político corrupto? Eu não tenho.

Procuro nesta época rezar pelos que sofrem e fazer o que está ao meu alcance. Ainda tem muita gente boa, que se preocupa com o próximo. Basta escutarmos os meios de comunicação que veremos muitos exemplos de bondade, de compaixão, de amor ao próximo. Brasileiros arriscando a vida pelo outro e sem pedir nada em troca.

É deste amor que o Brasil precisa. É de amor, caridade, compaixão que nós brasileiros estamos necessitando neste momento. De empatia.

Nosso sistema de saúde enfrenta vários problemas para atender a todos, mas nem por isso os médicos, enfermeiros e técnicos cruzam os braços e deixam a culpa cair sobre o sistema ineficaz. Não, eles sacrificam suas vidas pessoais para doar horas, dias para salvar uma vida. Muitos profissionais estão há meses sem ver seus familiares mais próximos. E tantos entre eles também já morreram na luta pela vida. É injusto não acham?

Mas é o movimento da vida, lutar para que todos tenham vida.

E os corruptos que tiraram proveito da situação? Para os corruptos nós podemos dar o troco nas urnas. Falta pouco tempo, está em nossas mãos.

Se cuidem e cuidem uns dos outros.

Maria Margarete Olimpio Ugioni