Bombeiro! Bombeiro!

Estádio lotado, o clube estava na zona da degola, o adversário nada menos que o Flamengo, e naquela festa vibrante ninguém conseguia ficar parado. Afinal éramos da primeira divisão, saudade disso!

Aí que começo a minha história … a prevenção no HH era sempre bem-vinda, boa parte dos Bombeiros torciam para o Tigre. Nos jogos que havia gols a galera também vibrava, do jeito que dava …  claro.

Com a força dos quase vinte mil torcedores, o time atacava sem parar, e como disse, do outro lado estava o rubro-negro da Gávea … Lá pelas tantas do segundo tempo, já havíamos sofrido dois gols. Hunm que coisa!!

Foi ai que parte da torcida em vez apoiar os atletas com o tradicional … Tigre! Tigre! Começaram a gritar: Bombeiro! Bombeiro! …. Acho que querem que entramos pra jogar, disse um colega … preparados fisicamente nós estamos … mas futebol que é bom, nós não temos … kkk!! Todo esse papo rolando … enquanto íamos no acelerado em direção ao pedido de socorro …

No local, um masculino adulto em atividade tônico-clônica, devido a uma epilepsia. Seus familiares estavam no entorno e nos relataram que de vez enquanto ocorria tal situação, mais frequente quando ele esquecia de tomar o remédio.

Dominada a situação, ofertado o atendimento pré-hospitalar, e passado o momento de crise, o mesmo retornou à consciência … conseguindo sentar-se com nossa assistência, pegou seu remédio no bolso e ingeriu. Logo pediu para ficar vendo o jogo … perguntei quem estava jogando e o resultado … tudo certo … assinando a recusa de atendimento, tivemos o prazer de assistir juntos os momentos finais do espetáculo, com os demais carvoeiros.

Eu sou Carlos Cypriano, especialista em Segurança Contra Incêndio e Pânico; especialista em Emergência Pré-hospitalar.