Estudo considera roubos, furtos, fabricação ilegal e contrabando em 2016.
Existe um mercado paralelo, à margem da lei, que movimentou R$ 15,7 bilhões em 2016. Isso considerando apenas nove setores analisados no Anuário de Mercados Ilícitos 2017, lançado na manhã da última quinta-feira, 7, na sede da Fiesp, em São Paulo. O evento foi aberto pelo vice-presidente da Fiesp e diretor titular adjunto do Departamento de Segurança (Deseg) da federação, Dagmar Oswaldo Cupaiolo.
O coordenador do estudo de Mercados Ilícitos do Deseg, João Henrique Martins, apresentou a versão 2017 do anuário. “O objetivo é identificar, apontar os problemas”, disse. “Não é possível olhar o roubo de um celular apenas como a atitude de um batedor de carteira”, afirmou. “Existe todo um mercado por trás e assim é com vários setores, como o roubo de peças de carros, por exemplo. Temos que enfrentar o mercado, não o ladrão de carro”.
Para Martins, “uma vez o mercado instalado, está aberta a porta do inferno”. O anuário considerou nove mercados: tabaco, eletrônicos, vestuário, químicos, automotivo, alimentos, higiene, brinquedos e medicamentos.
Foi considerada produção ilícita interna os produtos que foram roubados, furtados ou fabricados ilegalmente. Já a produção ilícita externa envolve os produtos que foram importados ilegalmente, por contrabando e descaminho. “Trata-se de um mercado muito bem organizado, um parasita do mercado legal”, disse Martins.
Para se ter uma ideia da força desses mercados ilícitos, o estudo apontou uma movimentação de R$ 15,17 bilhões em 2016. “Foram R$ 6,7 bilhões em 2010, uma prova de que esses mercados avançaram mesmo com o país em crise”.
A pesquisa do Deseg identificou que, se toda essa estrutura tivesse sido atendida pela economia formal, teriam sido gerados 82 mil empregos, com o pagamento de R$ 3,61 bilhões em impostos federais.