Insatisfação gira em torno da demissão de professores tutores das turmas que se formam em 2016.
No fim do mês de janeiro, inúmeros professores-tutores do polo de Criciúma da Uniasselvi, com experiência de mais de 15 anos lecionando, foram demitidos. Em seu lugar, foram contratados profissionais recém-formados. A justificativa da instituição foi a readequação financeira. No entanto, estudantes das últimas fases das graduações ficaram revoltados com a situação, e tem realizado protestos pela causa.
Uma nova manifestação está agendada para esta sexta-feira, 5, a partir das 19h no prédio da Esucri, centro de Criciúma, onde acontecem as aulas presenciais da Uniasselvi. “Estamos no último ano da faculdade, com preparação de TCC e formatura. Nos revoltamos porque a universidade não está olhando para a qualidade do ensino, e sim apenas para a parte financeira. Sem contar que a nossa mensalidade continua aumentando”, argumenta a estudante da 7ª fase de pedagogia da Uniasselvi, Maria Eduarda Gava.
Ela ainda explica que professores-tutores são aqueles que acompanham, em encontros semanais, a evolução dos acadêmicos de um curso que é realizado, em sua maioria à distância. “São profissionais que nos ensinam desde a primeira fase, e que estão sempre a disposição para tirar nossas dúvidas. É injusto serem demitidos porque outros desempenham a mesma atividade pela metade do preço”, completa.
Associação Catarinense de Educação a Distância também é contra a situação
O Presidente da Associação Catarinense de Educação a Distância, Luciano Formighieri, abraçou a causa dos estudantes. “Inicialmente precisamos afirmar que a “aquisição” da Uniasselvi pelo grupo Kroton Educacional foi lastimável para a educação superior catarinense”, ressalta em um pronunciamento divulgado entre os acadêmicos.
Para exemplificar seu posicionamento, o presidente elenca algumas decisões tomadas pela instituição, como: demissões de profissionais gabaritados com longa contribuição para a educação, descompromisso com o Estado de Santa Catarina, visão de educação como produção industrial, entre outros.
“Infelizmente, a política de contenção de despesas e cortes, em detrimento do processo pedagógico, proporcionou a demissão de dezenas de tutores, inclusive de turmas que estavam em processo de formatura, quebrando a continuidade e o relacionamento entre aluno/professor-tutor, já que se trata de modelo semipresencial onde o tutor tem papel preponderante”, lamenta Formighieri.
Ele ainda promete tomar providências para que a situação seja resolvida, seja regional, estadual ou, até mesmo, nacionalmente.
O que diz a Uniasselvi
No entanto, de acordo com a coordenadora do polo de Ensino a Distância da Uniasselvi em Criciúma, Daniela Mafioletti, a demissão e contratação de professores-tutores foi feita totalmente dentro da legalidade, uma vez que a instituição não deixa de ser uma empresa. “Entendemos que os alunos, por conta do apego que criam com o passar das fases, tenham ficado tristes, mas não há possibilidade de voltarmos atrás”, garante.
Foram afastados 12 profissionais e contratados outros nove em Criciúma. “Mas mesmo assim, temos a convicção de que a qualidade pedagógica do ensino oferecido pela Uniasselvi não decaíra”, finaliza a coordenadora.
A JBS ESTÁ CONTRATANDO!
Dizer que “alunos recém formados” não estão qualificados para lecionar é o mesmo que atestar a própria incompetência em formar um profissional. A instituição os formou, qualificou e assegurou a competência dos mesmos ao contratá-los como professores. Parabéns UNIASSELVI!
Estamos triste , eu vou me formar agora em setembro, seria a minha ultima fase, demitiram a minha tutora, ficamos chateados pela forma que ocorreu e principalmente o motivo da demissão, lamentável
Será mesmo que não decairá a qualidade de ensino contratando professores pela metade do valor e recém formados? Será? Nossa mensalidade não é suficiente? Querem cortar gastos começando pelo desligamento de profissionais com ótima competência.
Segundo a coordenadora: Entendemos que os alunos, por conta do apego que criam com o passar das fases, tenham ficado tristes, mas não há possibilidade de voltarmos atrás.
Será mesmo que não irão voltar atrás se todos os alunos cancelarem suas matrículas?
Ficamos muito triste sim, mais por saber que a Uniasselvi nos deu um belo exemplo em tirar profissionais capacitados e de ótima qualidade. NÃO SOMOS MERCADORIAS E PROFESSOR NÃO É PALHAÇO
É uma injustiça o que fizeram com nossos tutores que desenvolveram ao longo desse período um excelente trabalho demonstrando sempre experiência e comprometimento com o ensino. Não podemos admitir que isso se torne rotineiro de maneira alguma e estamos todas empenhadas em lutar pelos nossos direitos.
Uma hora isso iria acontecer, afinal de contas banalizaram o curso superior com esses cursos on line. O que esses professores acham que os seus alunos iriam fazer depois de se formarem? Darem aula onde aparecer oportunidade é claro, nem que seja ocupando a vaga do antigo mestre, hahaha. Lei da selva.
“FAZ UM CURSO DO PRONATEC”
Por ser uma educação semi-presencial,precisamos muito a continuação de nossos tutores conosco, pois são eles que têm acompanhado nosso desenvolvimento, nossa evolução no curso do inicio ao final do mesmo, como um novo tutor vai nos avaliar, somente pelas notas, pois ele não nos conhece, não sabe nossa evolução justamente por não estar conosco desde o começo, cria-se vínculos sim, não somente emocional como estão dizendo, mas sim de envolvimento, de troca de conhecimentos, aprendizagens. #queremosnossostutores.
Não é só por conta do apego com o nosso tutor que estamos lutando. Estamos lutando para garantir que vamos ter ao nosso lado até o fim um profissional que está conosco des do início, que nós passou todos os ensinamentos possíveis e as vezes até o que parecia impossível, lutando para que o tutor possa terminar o seu trabalho que está em andamento. Lutando para que eles sejam respeitados e valorizados como devem e merecem. E podem ter certeza que agora que entramos nessa luta, vamos até o fim.