
Gerou irritação entre moradores de Nova Veneza na manhã da última terça-feira, 14, o aparecimento de um trabalho de umbanda, realizado em frente a capela mortuária do Cônego Amilcar Gabriel, sepultado no Cemitério Municipal desde 2007.
No local foram encontradas: garrafas de bebida alcoólica, pipoca, pimenta e velas, já próximo dali, um boneco artesanal, uma lista de nomes e um pó azul dentro de um vidro.
As oferendas foram encontradas por construtores que trabalham no local. “Acho uma falta de respeito com a pessoa e familiares, não tenho nada contra a religião dos outros, mas não concordo com esta invasão, daqui a pouco pode ter as violações de túmulos, que não faz muito tempo aconteceram nos cemitérios de cidades vizinhas, ” afirmou o pedreiro, Moisés Goterra.
A reportagem do Portal Veneza conversou com uma fonte praticante da religião de matriz africana, que afirmou que os trabalhos provavelmente tenham sido feitos por pessoas de fora da cidade, e que desconheciam a personalidade pública do padre. “Os trabalhos são feitos em cemitérios, cruzamentos e cachoeiras, porque são lugares sagrados para nós, assim como as outras religiões os têm, a escolha dos túmulos não é pessoal é aleatória, ” afirmou a fonte, que preferiu não se identificar.
A fonte afirmou ainda que é natural que as pessoas temam o desconhecido, como as religiões de matriz africana, principalmente por ser uma religião fechada. “Pela descrição, o trabalho provavelmente foi de agradecimento ou um pedido, nada a ver com algo mal. A religião não é má, como muitas pessoas acreditam” finalizou.
Segundo as testemunhas os trabalhos começaram a ficar frequentes no Cemitério Central somente nas últimas semanas. Em 2015 outros casos foram relatados no cemitério da comunidade de São Bento Alto.
O padre Vilmar Moretti, pároco da Matriz São Marcos, que é a responsável pela manutenção da capela mortuária do Cônego Amilcar Gabriel, não quis comentar o caso.