Estou escrevendo este artigo com intuito de alertar à comunidade caravaggiana para as mudanças que vem ocorrendo durante os últimos 25 anos e que estão trazendo gradativamente o enfraquecimento da economia local.
As coisas começaram a mudar a partir de 1981 quando Nova Veneza comemorou o Centenário de Colonização.
De lá pra cá, os diversos governos municipais trabalharam incansavelmente e investiram pesado para divulgar nosso município, e os investidores fizeram sua parte transformando Nova Veneza na Capital Catarinense da Gastronomia Típica Italiana.
Muitos recursos públicos foram aplicados em diversos projetos: Florir Nova Veneza, plantio de flores nos acostamentos, Pórtico de entrada, Gôndola, reforma da praça central, o Palácio, a Ponte Dei Morosi, troca do pavimento da Rua dos Imigrantes, construção de calçadas padrão, limpeza pública e muitas outras ações que não me recordo agora, tudo isso na sede do Município.
Os resultados estão sendo extraordinários, muitos turistas estão vindo para nossa cidade nos sete dias da semana, os restaurantes e hotéis estão sempre cheios, muitos empregos foram criados e os empresários estão rindo à toa. Aos domingos nossa praça está sempre cheia, a imprensa regional fala muito bem de Nova Veneza e todos temos orgulho de sermos venezianos.
E o Caravaggio? Anos atrás o Distrito era considerado o grande propulsor da economia municipal, e existia certa rivalidade com os moradores da sede, devido a riqueza gerada aqui, enquanto o centro era considerado decadente. A maioria das empresas tinham suas fábricas no entorno do centro do Distrito e seus funcionários compravam no comércio local e consumiam nos bares e lanchonetes.
Hoje o centrinho do Carava está “morto”, as empresas se instalaram em lugares mais distantes, não existem atrativos extras para turistas, o comércio está com dificuldade para sobreviver no seu negócio, não existem vagas para estacionamento, finais de semana não se vê uma viva alma circulando. As noites então nem se fala, quem quer se divertir ou jantar vai a Veneza ou Criciúma. Temos o Santuário, mas o que mais o romeiro tem para fazer aqui além de rezar?
Chegou a hora de acordarmos todos. Temos que exigir investimentos públicos para mudar a situação.
Entendo que a maior necessidade é revitalizar o entorno do Santuário. Que começa com um bom projeto para implantar um grande calçadão na frente do prédio da Madalena, tendo uma parte coberta, com internet livre e mesas para nossos aposentados jogar baralho, dominó e outras atrações, tal qual em Veneza.
Deveríamos trocar o pavimento da SC-446, mudar a largura da pista, aumentar vagas de estacionamento entre outras mudanças do sistema viário.
Evidentemente que isso passa pela contratação de um projeto por parte da Prefeitura, depois as audiências públicas para discussão e aprovação pela comunidade interessada e a busca dos recursos.
Ora bolas, recentemente foi aprovado um empréstimo de mais de cinco milhões para obras, porque não investir 10% disso neste projeto? Com certeza o retorno seria fabuloso e muitos empresários iriam investir aqui e gerar emprego e renda.
É hora então das forças políticas, sindicatos, Caep, Associações diversas, empresários, comerciantes, APPs, do cidadão comum e de todos se unirem e cobrarem do nosso Prefeito este investimento. Vai valer à pena, nossa economia vai crescer, afinal, o Caravaggio merece.
Nova Veneza, 23 de janeiro de 2018
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