Para quem você cria seus filhos?

Criamos os filhos para o mundo, certos? Ainda assim, muitos pais na maioria das vezes as mães sofrem com a saída dos filhos de casa. Na verdade a conhecida “Síndrome do Ninho Vazio” pode ser desencadeada com os filhos ainda morando com os pais, mas vivendo de forma totalmente independente deles. É inevitável passar pela sensação de vazio quando os filhos partem para a própria vida e ganham o mundo, afinal foram muitos anos de dedicação e casa cheia. De repente, um doloroso silêncio reina. É algo como sentir que se perdeu a utilidade e que a vida já não tem significado.

Existem várias maneiras de identificar que a pessoa está passando por essa fase: palpitações, dor no peito, sensação de sufocamento, tremor e suor frio. A emoção pode ser transformada em dor de cabeça e muscular, principalmente nas costas. As intensidades dessas manifestações podem ser agravadas nas mulheres mais maduras, por causa da menopausa. Outros sinais de alerta são crises de ansiedade, angústia, variação do humor, do apetite, do sono etc…

No de aparecimento de qualquer dos sintomas, é importante procurar ajuda e observar por quanto tempo eles persistem. Isso porque uma situação não tratada e conduzida da maneira incorreta pode desencadear uma depressão. É preciso procurar ajuda quando a pessoa não consegue dominar os ímpetos destrutivos da tristeza, de não se conformar, associados ou não com o mal-estar físico. Essa conclusão é mais difícil para quem passa pela situação, por isso é importante que o cônjuge ou os mais próximos estejam atentos.

Como agir?

Se a sensação de tristeza e vazio é inevitável, dar a volta por cima é uma escolha. É possível, e muito saudável, que as pessoas identifiquem o que é amor e o que é apego e passem a cultivar o primeiro e desestimular o segundo. Aceitar o fato de que seus filhos cresceram e precisam passar para essa nova etapa da vida também é importante.

É preciso que se entenda que eles terão seus próprios mundos e o seu mundo vai ter que sobreviver sem eles. O papel da mãe deve ser sempre de impulsionar os filhos para a vida e não de retê-los, muitas vezes até com chantagens emocionais. Em sã consciência que mãe gostaria de imputar culpa aos filhos? Mas infelizmente é o que muitas fazem. Um bom começo é não dividir o sentimento de perda com os filhos, deixá-los ir e cuidar de si mesma. O momento pode ser uma ótima oportunidade de aproveitar a nova fase, resgatar sonhos antigos e se envolver com isso. Criar novas rotinas incluindo atividades prazerosas, viagens, cursos, leituras, exercícios físicos etc. O momento ainda é propício para revigorar o relacionamento amoroso e resgatar o ‘eu’ muitas vezes perdido em meio a tantos “NÓS”.

Dini Evangelista –Bacharela em Psicologia
Pós Graduada em Terapia Cognitivo Comportamental e Aplicabilidades nas Psicopatologias-CRP 12/ 14203.