
Violeta Del Valle viveu 100 anos e tem muita história para contar. Por isso, no fim de sua vida, começou a escrever cartas para a pessoa que mais amou e que será conhecida no momento certo. Por essas cartas, os leitores conhecem a protagonista do livro Violeta, de Isabel Allende, seu mais recente romance que emociona e envolve. Violeta nasceu em plena pandemia, em 1920 durante a gripe espanhola e morreu em outra pandemia em 2020 do coronavírus e nesse tempo todo viveu amores, dores, dificuldades, alegrias, tomou decisões certeiras e duvidosas até chegar aonde chegou.
Filha mais nova de cinco irmão, Violeta e toda a sua família sobreviveram a gripe espanhola, mas seu pai não resistiu a Grande Depressão e com sua perda, a garota, sua mãe e tias vão morar em uma parte remota do país, em um ambiente bem mais simples do que estão acostumadas e descobrem um novo jeito de viver em uma comunidade simples, alegre, com suas dificuldades, mas com seus encantos, belezas e bondades.

É nessa região que Violeta cresce, aprende, ensina e vai formando sua personalidade. Convive com sua mãe, duas tias que são referência, um casal que leva a alfabetização por lugares remotos e um homem que as acolheu com todo o carinho e a trata como filha. É ali também que conhece seu pretendente e decide se casar, mas antes vai com seu irmão e protetor ter uma experiência em uma cidade grande. Ao começar a trabalhar, descobre seu dom para os negócios e sua visão e habilidade são fundamentais para ser uma mulher independente financeiramente.
Então se casa e vive uma vida tranquila, mas um homem charmoso faz Violeta agir sem pensar e quando se dá conta não quer mais ficar casada e vai embora viver uma nova fase. O romance com esse homem dura anos entre altos e baixos, é turbulento, dependente e ela não consegue se libertar. Dessa relação ela tem dois filhos e as decisões tomadas levaram cada um a uma trajetória que quando Violeta se dá conta, não consegue mudar o rumo de suas vidas. Então chega Ramiro em sua vida, seu neto, e muita coisa muda. Violeta quer evitar erros do passado e segue em frente tentando acertar.
Isabel Allende utiliza a ditadura e a luta pelos direitos das mulheres como cenários para contar a história de Violeta que viveu momentos de pobreza e riqueza, casos amorosos, rancores, decepções, sofrimentos e momentos de realização. Você vai se surpreender com Violeta e como a autora conduziu toda essa história em uma narrativa fluida e que desperta a curiosidade.
Violeta, de Isabel Allende – 322 páginas.