O neoveneziano João Paulo Viola, eletrotécnico e funcionário da Casan, desempenhou um papel crucial em duas missões de ajuda no Rio Grande do Sul nas últimas semanas, visando mitigar os impactos das graves inundações que atingiram a região. Na primeira intervenção, em Canoas, João Paulo e o mecânico Leandro Delfino se voluntariaram para ajudar, levando quatro equipamentos de drenagem, incluindo três bombas submersíveis e uma bomba de drenagem agrícola a diesel. Esses equipamentos foram instalados no bairro Niterói, junto a outras estações de bombeamento, para combater as enchentes e evitar maiores danos à comunidade local.
A segunda missão, em Porto Alegre, trouxe desafios ainda maiores. A captação de água da cidade estava sendo inundada, comprometendo o abastecimento de água potável. Inicialmente, uma dupla de técnicos começou os trabalhos de vedação da entrada de água, mas a situação exigiu a intervenção de João e Leandro. A Casan enviou um motor de 1500 cavalos de potência que foi instalado na estação de movimentos de água brutas, que manda água para a estação de tratamento localizada no bairro Moinhos de Vento. Com o acesso dificultado pelo alagamento, o transporte do motor contou com o apoio logístico do exército, que utilizou veículos anfíbios para garantir a entrega.
Durante a instalação do motor, a equipe enfrentou um problema crítico: o acoplamento que unia o motor à bomba rompeu devido à alta potência. Demonstrando habilidade e rapidez, João Paulo conseguiu, com a ajuda da Defesa Civil de Santa Catarina e do exército, transportar um novo acoplamento de helicóptero de Caxias do Sul para Porto Alegre. Após a substituição da peça, a nova instalação aumentou a vazão de água da estação de 400 litros por segundo para 1.100 litros por segundo, garantindo o abastecimento de água bruta para tratamento e posterior distribuição a 21 bairros da cidade.
A missão foi concluída com a instalação de um terceiro motor, previamente afetado pela inundação, que também entrou em funcionamento. Apesar das adversidades, João Paulo Viola e os outros voluntários retornaram a Santa Catarina com a certeza de terem contribuído para a normalização do abastecimento de água em Porto Alegre. “Eu sei que é um momento difícil, mas como voluntário, sou grato por estar no lugar certo, cercado de pessoas corretas e competentes. Foi uma experiência enriquecedora, aprendendo com os melhores profissionais do país. Todos estavam lá de boa fé, fazendo o melhor para devolver um pouco de dignidade à população. Ver a alegria das pessoas ao ter água potável novamente nos deu uma sensação de dever cumprido”, relatou João Paulo.



