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Herdeiros pedem retirada de repartições públicas do Espaço Cultural Celestino Sachet para restabelecimento exclusivo como biblioteca

Herdeiros pedem retirada de repartições públicas do Espaço Cultural Celestino Sachet para restabelecimento exclusivo como biblioteca

A família Bratti-Sachet, responsável por doar e reformar o casarão histórico que abriga o Espaço Cultural Família Bratti-Sachet e Biblioteca Municipal – Acervo Celestino Sachet, manifestou publicamente sua indignação com a atual utilização do imóvel. Segundo eles, o local foi criado para preservar e disponibilizar ao público um acervo de 35 mil livros reunidos ao longo de décadas pelo escritor catarinense Celestino Sachet, perdeu sua função original e foi transformado, sem aviso prévio, em sede temporária de setores administrativos da Prefeitura de Nova Veneza.

Em nota enviada ao Portal Veneza, a família relata que a casa, construída na década de 1940 e restaurada com recursos próprios de Celestino Sachet, foi cedida ao município por meio de contrato de comodato com prazo de 15 anos, tendo como finalidade servir como biblioteca e espaço cultural.

A inauguração, em 20 de maio de 2023, foi marcada por presença de autoridades, estudantes e moradores, celebrando a concretização do sonho do autor: garantir à população amplo acesso à leitura e ao conhecimento.

Dois anos depois, no entanto, a família afirma ter encontrado um cenário desolador: livros amontoados em caixas, prateleiras desativadas e a área de leitura tomada por repartições como a Casa da Cidadania, Junta Militar, setor de identidade e SINE. “Não aceitaremos! Queremos nosso espaço cultural de volta! Queremos o acervo Celestino Sachet organizado e disponível para a população de Nova Veneza!”, declarou Ana Cristina Sachet, porta-voz da família.

O grupo também alega que não foi consultado ou sequer informado sobre a mudança. “A Prefeitura de Nova Veneza está agindo ao arrepio da lei e com total desrespeito a um patrimônio que foi doado à população e não à administração municipal para ser utilizado a seu bel prazer”, completa a nota.

Resposta da Prefeitura

Em posicionamento oficial, a Prefeitura afirmou que a ocupação de parte das salas da biblioteca é “excepcional e temporária”, necessária para garantir a continuidade de serviços essenciais enquanto um novo espaço definitivo é preparado. A administração disse ainda que a biblioteca segue funcionando normalmente, com eventos, atividades escolares e ampliação do acervo.

Apesar da justificativa, a família Bratti-Sachet mantém a cobrança pelo cumprimento integral do contrato e reafirma que seu objetivo é preservar o espaço como um local dedicado exclusivamente à leitura e à cultura, tal como sonhado por Celestino Sachet. O Portal Veneza esteve no local e conferiu que os serviços culturais, como contação de histórias, e a biblioteca estão em pleno funcionamento. Os livros estão passando por uma triagem, para prevenir problemas de traça e mofo.

Nota Oficial da Prefeitura

A Prefeitura de Nova Veneza informa que, devido à necessidade temporária de espaço para abrigar alguns setores administrativos, foi necessário utilizar, por um período, parte das salas da Biblioteca Pública Municipal.

Essa medida não prejudica o funcionamento da biblioteca — que continua atendendo normalmente — e foi adotada para garantir que serviços essenciais à população não fossem interrompidos. O funcionamento desses setores é fundamental, pois a população depende diretamente deles para acessar documentos, atendimentos e outros serviços importantes do dia a dia.

O prédio da biblioteca, cedido por meio de comodato, passou por importantes reformas e melhorias realizadas pela Prefeitura, incluindo aquisição de novos livros, mobiliário e adequações no espaço, tornando-o um ambiente mais moderno e acolhedor para todos.

Enquanto o novo local definitivo é preparado para receber esses setores, a biblioteca segue ativa, promovendo eventos, levando crianças das escolas para atividades culturais e ampliando o acervo, especialmente de obras infantis e infantojuvenis.

A Prefeitura reforça que a utilização de parte das salas é excepcional e temporária, e que o objetivo é sempre conciliar a preservação do patrimônio cultural com a continuidade de serviços fundamentais à população.

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