Ações em meio à pandemia, projetos de Extensão, atendimentos gratuitos e formação humanizada são as contribuições da Unesc para a equidade (Foto: Arquivo Unesc)
Como a sociedade tem contribuído para “construir um mundo mais justo e saudável”? Esse é o tema destacado pela Organização Mundial da Saúde (OMS) para o Dia Mundial da Saúde, celebrado neste dia 7 de abril, e que tem como o objetivo eliminar as desigualdades. A escolha pela abordagem do assunto em 2021 teve na pandemia sua inspiração, já que a crise sanitária e econômica imposta pela Covid-19 vem deixando marcas profundas e imensuráveis consequências há mais de um ano, assim como também traz lições.
Como Universidade Comunitária, a Unesc se apresentou à sociedade desde o primeiro mês de pandemia para promover saúde e auxiliar no combate à Covid-19. Desde a primeira ação, a entrega de álcool em gel 70%, foram mais de 50 iniciativas entre projetos de Pesquisa, Extensão e ações comunitárias de impacto regional e relevância mundial. Mais de 3,5 mil litros de álcool em gel e 75 mil máscaras foram entregues à comunidade. Atendimentos de auxílio psicológico gratuitos, desenvolvimento de tecnologias para o combate e prevenção ao vírus e pesquisas de notoriedade nacional e internacional foram desenvolvidas pela Unesc.
“Desde o início da pandemia a Unesc tem priorizado o cuidado com a vida e a excelência acadêmica adotando estratégias internas para preservar estas dimensões. Além do cuidado com a comunidade acadêmica, a Unesc contribui fortemente com a comunidade externa em todo esse período desafiador fortalecendo vínculos institucionais e cumprindo sua missão enquanto Universidade Comunitária”, afirmou a reitora, Luciane Bisognin Ceretta.
A credibilidade da Instituição trouxe responsabilidades, como a liderança no projeto “Effects of Quarantine on Degree of Emotional Distress During the Covid-19 Outbreak”, intitulado no país como “Saúde Mental Brasil”. A pesquisa internacional é liderada pela Unesc e vai avaliar a saúde mental da população para destacar a importância da prevenção ao suicídio durante a pandemia de Covid-19. A reitora da Unesc, a professora doutora Luciane Bisognin Ceretta, a professora doutora Samira Valvassori e o professor doutor João Quevedo estão à frente da iniciativa.
É este trabalho em prol da comunidade, acentuado em 2020, que reafirma a contribuição da Unesc para a construção de um mundo mais justo e saudável, com foco especialmente voltado a aspectos determinantes sociais de saúde: educação, renda, segurança alimentar e outros pontos que impactam a saúde e a vida das pessoas. Coordenadora do Programa de Pós-Graduação em Saúde Coletiva (PPGSCol), com mestrado e doutorado em Ciências da Saúde, Cristiane Tomasi explica que a pandemia mais do que mostrou, mas, sim, escancarou, as desigualdades entre as populações, mostrando o quanto ainda há de se evoluir para construir um mundo com mais equidade.
Para além do combate à Covid 19, a Unesc vem contribuindo para “construir um mundo mais justo e saudável” há 53 anos. Na última década a Instituição superou 1 milhão e 158 mil atendimentos gratuitos à sociedade Sul catarinense.
Os espaços de promoção à saúde estão localizados nas Clínicas Integradas da Universidade e é ali que estas milhares de pessoas, como a moradora de Criciúma Susana Geronimo, encontram cuidados e carinho. Antes de sua primeira consulta, há mais de cinco anos, a paciente esperava por um horário há meses. Foi quando conheceu os serviços da Universidade em uma matéria de jornal.
Não demorou para se encantar e passou a usufruir recorrentemente dos serviços de saúde, trazendo também a família. “Sempre que necessito estou aqui. Gastroenterologia, Pneumologia, Odontologia, Nefrologia, encontro sempre o que preciso e os atendimentos são excelentes”, enfatizou.
A Extensão também é uma importante ferramenta do bem social proposto pela Universidade, que mantém, conforme seu Balanço Social, mais de 230 projetos ativos. Estes impactam a vida de milhares de pessoas nas regiões da Amrec (Associação dos Municípios da Região Carbonífera), Amesc (Região de Saúde do Extremo Sul Catarinense) e Amurel (Associação Municípios Região de Laguna). “É por meio da Extensão que ocorrem trocas de saberes que contribuem para a formação do cidadão crítico e responsável. A prática é um importante elo entre a Instituição e a sociedade, que além de oportunizar que o acadêmico tenha conhecimento prático da realidade na comunidade onde está inserido, pode contribuir para o desenvolvimento deste espaço e para a qualidade de vida daqueles que ali estão”, destacou a diretora de Extensão, Cultura e Ações Comunitárias, Fernanda Sônego.
Segundo Fernanda, a extensão pode ser percebida nos arredores da Universidade nas modalidades: Universitária, que são projetos que o estudante é levado à experiência real e direta na comunidade; Prestação de serviços, as ações comunitárias de saúde, direitos e outras assistências pessoais e sociais, e Cultura, as atividades de ensino e promoção da arte.
Além de contribuir para o desenvolvimento da região, ainda são concedidas mais de 500 bolsas de estudos para acadêmicos da Unesc por meio dos projetos de extensão.
Um importante mecanismo para que se alcance um mundo mais justo e saudável, como busca a campanha da OMS, é a formação de profissionais de saúde com conhecimentos técnicos e olhar humanizado. Esta entrega à sociedade inicia na graduação, nos cursos de Biomedicina, Medicina, Enfermagem, Educação Física, Farmácia, Fisioterapia, Psicologia, Nutrição e Odontologia.
A trajetória destes profissionais pode ficar ainda mais completa com a continuidade nos estudos, na especialização, mestrado e doutorado. A Unesc conta com dois programas voltados à área: o Programa de Pós-Graduação em Ciências da Saúde (PPGCS) e o Programa de Pós-Graduação em Saúde Coletiva (PPGCSCol).
Em cada uma destas etapas, conforme Cristiane, o estudante vivencia uma experiência de conceito ampliado, que não se limita a um olhar biológico de ausência de doenças. “É um olhar para o bem-estar, onde estão inseridos estes determinantes sociais. Não se trata de um indivíduo isolado. Vivemos em sociedade, com relações, com necessidades. A partir da entrega de profissionais com propósito, podemos ir reduzindo as necessidades desta desigualdade. A pandemia tem nos feito pensar muito para além da saúde em si, percebendo questões sociais fundamentais e amplas em cada uma das áreas para reduzir o efeito colateral nas outras”, frisou.
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