Artigo: Prometeu Acorrentado, de Ésquilo – 450 ac

24/08/2014 11:03

Por Eder Giovani Savio

No topo de uma montanha, Poder e Vigor levam Prometeu para ser acorrentado por Hefesto, como castigo infringido por Zeus por ter conferido à humanidade uma centelha do fogo divino, tornando-a racional, abrindo-lhe as artes, as ciências e, por consequência, a evolução. Plantou-lhe, também, esperanças cegas para que os homens não mais temessem a morte. Essas dádivas contrariaram os planos de Zeus em exterminar a humanidade.

Oceano chega voando sobre um Grifo e tenta em vão dissuadir Prometeu de sua rixa com Zeus para que ceda e conte o segredo que evitaria a derrocada de Zeus por seu próprio filho, assim como Zeus já fizera com seu pai, Cronus.

As Oceânides comparam o castigo de Prometeu ao de Atlas, que mantém a coluna que liga a terra ao céu. Prometeu argumenta que conhece o destino de Zeus, mas guarda segredo com o objetivo de usar a informação para se livrar do castigo.

Io pede a Prometeu que revele seu destino. Ele conta que por obra de Hera Io vagará até a Ásia, dando nome ao estreito que a liga à Europa, o Bósforo, e continuará vagando até a África, onde fundará uma colônia. Diz que há mais sofrimentos, mas que Zeus sucumbirá derrotado por um filho mais forte que ele. Destino do qual Zeus só se livrará se o libertar. Prometeu revela a Io que depois de muitas gerações seu descendente Héracles o libertará.

Hermes exige que Prometeu conte qual mulher dará à luz o filho que destronará Zeus e comunica a Prometeu a ameaça de Zeus de derrubá-lo do penhasco para que uma águia bique seu fígado eternamente ou até que outro deus queira tomar seu lugar no flagelo. Prometeu nega chamando-o de lacaio.

Todos fogem. Prometeu permanece solitário no castigo enquanto Zeus tenta amedrontá-lo estremecendo a terra e lançando raios, ventos e turbilhões.