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A escalada da desconfiança: Brasil e as incertezas

Desde que o Governo Lula assumiu, o Brasil tem sido alvo de uma preocupação crescente entre analistas e investidores, que enxergam na atual conjuntura um conjunto de fatores desestabilizadores para o país. A recente valorização do dólar frente ao real, com a moeda americana chegando perto dos R$ 6,00, é um sinal evidente de fuga de capital estrangeiro, impulsionada pela percepção de ausência de compromisso fiscal, instabilidade jurídica e polarização política. Isso reflete um problema mais profundo e estrutural, onde fragilidades institucionais e o risco fiscal  acabam afugentando investidores e comprometendo o crescimento econômico duradouro e sustentável.

A maior instância jurídica do País, o Supremo Tribunal Federal (STF), tem sido alvo de críticas por decisões controversas e questionamentos sobre sua autonomia e ingerência em assuntos que cabem exclusivamente aos outros poderes constituídos da República, o que aumenta ainda mais a insegurança jurídica. Os investidores observam esses fatores com cautela, temendo mudanças súbitas e interferências que podem comprometer o ambiente de negócios no Brasil. A segurança  jurídica é fundamental para atrair capital e promover o desenvolvimento, e sua ausência inibe novos investimentos e favorece a saída de capital do país.

Além disso, a crise fiscal se agrava em meio a sucessivos  déficits nas contas públicas, mesmo com o uso da chamada “contabilidade criativa” cenário que gera preocupações sobre a sustentabilidade do crescimento  econômico no longo prazo. Desde o início do atual governo, sob a liderança do presidente Lula, tem-se observado uma falta de compromisso com o equilíbrio fiscal, com sucessivas propostas de aumento de gastos e busca por incrementar a receita via aumento da Tributação sobre empresas e contribuintes pessoas físicas, sem apresentar   de um plano coerente  de corte de gastos como forma de promover o  ajuste fiscal. Esse comportamento tem ampliado as preocupações em relação ao público e à capacidade do governo de honrar seus compromissos, o que leva os investidores a buscarem alternativas mais seguras

O déficit fiscal recorrente inibe a capacidade de investimento do país e encarece o crédito, podendo trazer de volta a inflação e levar o país a uma nova recessão econômica mais a frente. Para investidores estrangeiros, esse cenário aumenta a percepção de risco, tornando o Brasil uma aposta incerta. O resultado disso é a saída de capital e a depreciação do real, que, embora torne o país mais “barato” no curto prazo, representa um sinal de alerta para os que buscam estabilidade e segurança.

Somando-se a isso, a aproximação do Brasil com regimes autocráticos também lança dúvidas sobre o compromisso do país com a democracia e com os valores que sustentam as economias de mercado. Essa relação com nações que demonstram pouco apreço por princípios democráticos preocupam investidores internacionais, que frequentemente vinculam suas decisões à estabilidade política e democrática.

A saída do capital estrangeiro e o descompromisso com o equilíbrio fiscal são sintomas de um problema estrutural que afeta a todos, não apenas aos investidores. A confiança que afeta o mercado financeiro começa a impactar empresários e consumidores brasileiros, que enfrentam um cenário de incertezas. A queda do real e a perda de atratividade do mercado brasileiro para investidores de longo prazo são um reflexo de uma economia fragilizada e cambaleante.

Para reverter essa situação, o Brasil precisa se concentrar em fortalecer suas instituições, adotar uma política fiscal responsável e demonstrar compromisso com a transparência e a estabilidade. Só assim o país poderá retomar a confiança dos investidores, ocupar papel de destaque  no cenário internacional e, mais importante, promover um ambiente de negócios mais saudável e propício ao desenvolvimento econômico e social.

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