Por volta das 7h45 desta quinta-feira, 18, dois veículos que trafegavam no mesmo sentido pela rodovia Valentim Damiani no bairro Picadão em Nova Veneza, se envolveram em uma colisão depois que a condutora de um Nissan Sentra reduziu a velocidade do carro ao se aproximar de uma lombada recém instalada no local. O motorista de um GM Corsa que seguia logo atrás, não conseguiu parar seu veículo a tempo e acabou batendo na traseira do Sentra.

Com dores na cervical, o motorista do Corsa, um homem, de 78 anos, foi conduzido até o Hospital São Marcos por socorristas do SAMU. Já a mulher, de 43 anos, que dirigia o Sentra, também com dores na cervical e em uma das mãos, foi levada pelo Corpo de Bombeiros para o Hospital São Marcos, porém, ao ser confirmada uma fratura em sua mão ela foi encaminhada ao Hospital São José em Criciúma.

Nova Lombada
Parentes dos envolvidos no acidente relataram que a nova lombada de borracha instalada pelo município acabou colaborando com a colisão, pois a mesma não estaria de acordo com as normas de trânsito. Apesar de existirem placas informando a existência de uma lombada, não há indicação da velocidade correta no local.
O Portal Veneza entrou em contato com o diretor do Departamento de Trânsito do município, Murilo Gonçalves, que por sua vez defendeu que o equipamento está instalado de forma correta. “Ela é de borracha sólida galvanizada. É um dispositivo redutor de velocidade inovador que a gente instalou ali a título de análise, vai permanecer durante um período, mas ela atende às especificações legais, de tamanho, altura e largura. E então, não procede a alegação de que ela poderia ser o fator causador de um acidente. A verdade é que as placas foram instaladas no período que antecedeu a instalação, num período legal, respeitando o prazo para os condutores irem se habituando de que ali teria esse dispositivo” afirmou.
“Independente de um dispositivo de redução de velocidade estar instalado, se o veículo que vai a minha frente parar, eu tenho que estar a uma distância de segurança que me permita parar. […] E aí eu volto a dizer, independente do que levou o veículo a frente a reduzir a velocidade ou parar, o de trás com certeza faltou atenção, faltou estar na velocidade adequada,” completou Murilo.

O que diz a norma?
Conforme a resolução do Conselho Nacional de Trânsito (Contran), número 600 de 24 de maio de 2016, o equipamento instalado na rodovia Valentim Damiani atende as medidas da lombada (ondulação transversal Tipo B), ou seja 8 cm de altura por 1,5 m de comprimento, porém, este tipo de equipamento não poderia ser instalado em rodovias, a não ser que o Tipo A, de 8 cm de altura por 3,7 m comprimento, não possa ser instalado. Para isso é necessário comprovar a necessidade através de estudo técnico de engenharia de tráfego.
No caso em questão a obrigatoriedade das placas de velocidade de 60 km/h e 30 km/h antes da lombada também são obrigatórias.
Por que o tipo correto de lombada é importante?
Por ter um comprimento muito superior ao Tipo B, o Tipo A é o correto para rodovias, pois permite ser ultrapassado com segurança com até 30 km/h de velocidade. Já o Tipo B, instalado no local do acidente, permite passar com segurança com velocidade máxima de somente 20 km/h.
E 10 km/h de diferença, muda algo?
Sim, testamos as duas velocidades ao transpor a lombada Tipo B a 30 km/h, isso fez com que o um forte solavanco fosse sentido no interior do veículo, um Ford New Fiesta, fazendo que ele desligasse e acendesse alertas no painel.
Segurança da rodovia
A segurança na rodovia Valentim Damiani tem sido uma preocupação recorrente, com o local do acidente sendo conhecido pelo excesso de velocidade. A instalação da lombada nesse trecho foi um pedido dos moradores, devido aos diversos acidentes graves que já foram registrados, inclusive a poucos metros dali, no cruzamento entre a rodovia e a Giácomo Destro.