Tô sendo vigiada

Vivemos na era da tecnologia, não é nenhuma novidade. Nos dias de hoje a criança cresce em contato com muitos recursos tecnológicos e aos poucos o idoso também se integra neste mundo que fascina a todos.

Eu penso que estamos exagerando um pouco, as pessoas andam nas ruas de olho grudado no celular, sem prestar atenção em quem passa ao seu lado. Já vi responsáveis por crianças deixando-as soltas enquanto trafegam por ruas movimentadas, enquanto o centro de atenção estava sendo o celular.

Pura irresponsabilidade!

Não vou estar aqui citando tudo que podemos fazer usando a tecnologia e nem o que ela pode fazer para facilitar nossa vida. O computador já tem seu lugar garantido dentro da maioria dos lares. O sinal de internet, por exemplo, dá acesso a todos, ao mundo da informação, sem discriminação. Maravilhoso! E o celular? Este é quase obrigatório ter um, ou dois? Já é comum percebermos pessoas com mais de um destes brinquedinhos.

E´do celular que quero falar. Acredito que ele é o detetive que anda me seguindo. Dias atrás chegando em casa recebo uma mensagem pedindo para que eu avaliasse a padaria que tinha visitado minutos atrás. Fiquei espantada, como sabiam que eu tinha ido lá? E isto está acontecendo sucessivamente, basta tirar os pés de dentro de casa que recebo mensagens listando a maioria dos lugares que frequentei.

Pelo que percebi é o “seu” Google que me vigia. Não me interessa saber o que fiz ou baixei no celular, se dei alguma permissão que não deveria, se é a internet a culpada de tudo, etc… O que me preocupa é que estamos perdendo nossa privacidade. Eu, você que está lendo agora este texto, estamos sob constante vigilância de algo ou alguém, com que finalidade? Alguém sabe e tem certeza da resposta?

Será que esta vigilância é necessária e benéfica para nós cidadãos comuns? Até quando a tecnologia estará a nosso favor? Se fosse para nos proteger, através de câmeras nas ruas até concordaria, mas nem elas foram suficientes para colocar nas grades o ladrão que entrou na minha casa. Então porque esta “marcação” em cima de mim?

Margarete Ugioni esteve no lugar tal, Margarete passou na frente da Livraria tal e assim por diante. Até o tempo que permaneci em determinado lugar citaram no “relatório”. Que barbaridade!

Eu sei o que muitos de vocês devem estar pensando, não me perguntem o nome do programa que está me seguindo porque eu não sei. Só falta acontecer o que diz o antigo ditado: “cuidado, as paredes têm ouvido”.

Maria Margarete Olimpio Ugioni

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