Resenha do livro de Fernanda Torres: A Glória e seu Cortejo de Horrores

Gosto do trabalho de Fernanda Torres, por isso meu interesse em ler seu segundo romance A Glória e seu Cortejo de Horrores. Para mim, este título não é muito atrativo, mas a história me conquistou. A autora conta em primeira pessoa a trajetória do ator Mario Cardoso, mostrando como se interessou pelo teatro na década de 60, o que o levou para a TV e como seu ego, a mudança de conceitos e interesses das pessoas e decisões erradas levaram o personagem para a ascensão e sua queda.

Entre os livros da lista dos mais vendidos da Veja, A Glória e seu Cortejo de Horrores é fácil de ler. A autora intercala momentos do presente e do passado do personagem mostrando no momento certo cada parte relevante de sua história, assim é possível perceber o que levou o ator a várias situações vividas.

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O personagem Mario Cardoso é do Rio de Janeiro. Sua origem é de família simples, mas seus pais tiveram um bom futuro e ele teve uma vida tranquila na infância e adolescência. Cursando arquitetura, decidiu desistir e se transformar em ator. Sua primeira experiência foi como militante, acreditou nos ideais de um professor e foi parar em um local onde viviam pessoas sofridas e exploradas, saiu de lá escondido e com algumas decisões tomadas.

Passou em um teste muito disputado para o teatro, viveu a vida como achava certo para ele. Muita loucura, drogas, sexo, bebidas, seus amores, papéis interessantes, o sucesso começou a aparecer, ele foi se tornando conhecido e o gosto pela fama o deixava cego. Do teatro foi para a TV e se tornou uma pessoa de referência, era reconhecido em qualquer lugar e quando estava feliz e com um bom contrato, decidiu voltar para o teatro e sua escolha, investimentos, ensaios estavam indo bem, até que ele tem uma crise no palco e tudo o que construiu até ali começou a desmoronar.

Com parágrafos curtos, a forma de escrever de Fernanda Torres é muito atrativa, pois se conhece a história de vida do protagonista rapidamente e sem exageros. Um parágrafo é o presente, em outro pode ser o passado e tudo é bem construído. São pouco mais de 200 páginas de uma história cheia de momentos marcantes tanto positivos quanto negativos e o final surpreende, pois ele seguiu o caminho fazendo o que sabia fazer.

A Glória e seu Cortejo de Horrores, de Fernanda Torres – 216 páginas.