Polícia Civil esclarece homicídio ocorrido em outubro no bairro Jardim Florença

Gêmeos confessaram homicídios de outubro em Nova Veneza e dessa semana em Criciúma.

Irmãos gêmeos, de 18 anos, foram presos preventivamente pela Polícia Civil de Criciúma, por dois homicídios registrados na região: um no dia 22 de outubro, em Nova Veneza; e outro na última segunda-feira, em Criciúma. As investigações vinham sendo realizadas pela 2ª Delegacia de Polícia Civil e pela Divisão de Investigação Criminal (DIC), respectivamente, e os mandados de prisão preventiva foram cumpridos nos limites entre os bairros Santa Luzia e Vila Manaus em Criciúma.

O primeiro caso de homicídio investigado diz respeito ao assassinato de Talison Steckert, de 20 anos, morto com disparos de arma de fogo na noite do dia 22 de outubro, em Nova Veneza. De acordo com o delegado da 2ª DP de Criciúma, Ari José Soto Riva, os gêmeos se diziam amigos do indivíduo, uma vez que os três eram traficantes. “Até que em um determinado momento eles foram à casa da vítima, onde houve uma discussão sobre uma dívida de R$ 230 com um dos irmãos, por conta do tráfico. Um deles alega que isso teria motivado o homicídio e o outro diz que foi agredido fisicamente pela vítima uma vez e que, por vingança, resolveu matá-la”, conta.

Os dois suspeitos completaram 18 anos há menos de dois meses e já possuem diversas passagens pela polícia, inclusive por uma tentativa de latrocínio e tráfico de drogas. A investigação chegou à autoria do crime, de acordo com a autoridade policial, principalmente por conta de imagens de videomonitoramento do sistema Bem-Te-Vi e de testemunhas.

“No início do inquérito ventilaram suspeitas envolvendo uma ameaça à vítima que aconteceu em Forquilhinha, que a mesma pessoa que teria ameaçado teria sido autora do homicídio. No entanto, cumprimos mandados de busca e apreensão na residências desses suspeitos e essas informações não se confirmaram”, completa Riva.

Em Criciúma, motivação foi a vingança

Já em relação ao caso registrado na última segunda-feira em Criciúma, quando Ubiratan de Jesus Franco de Castro, de 53 anos, foi morto em sua própria residência, no bairro Santa Luzia, ao ser atingido por cinco disparos de arma de fogo na cabeça, os gêmeos também confessaram a autoria e alegaram ter sido motivados por vingança.

A vítima havia saído da prisão há nove meses, depois de cumprir cinco anos de pena em razão de uma condenação pelo crime de estupro de vulnerável, praticado em 2013 contra adolescentes que frequentavam uma Lan House de sua propriedade. Em interrogatório, os gêmeos alegaram que foram assediados pelo indivíduo naquela época e que, por esse motivo, decidiram assassiná-lo nesta semana.

“Segundo familiares, ele vinha sofrendo ameaças, pessoas diziam que ele iria morrer pelo fato de ter estuprado crianças do bairro. Até que, na segunda-feira, um automóvel Corsa Sedan prata parou na frente da casa, dois desceram do carro, chegaram na janela e descarregaram um revólver contra a vítima. Conseguimos imagens de câmeras de segurança de estabelecimentos vizinhos que mostram o exato momento do crime e, posteriormente, nos chegou a informação de que os homicidas seriam os mesmos do caso de Nova Veneza”, explica o delegado da Divisão de Homicídios da DIC Criciúma, André Milanese.

Ainda de acordo com a autoridade policial, o carro utilizado no homicídio havia sido furtado na noite anterior e foi encontrado depois do assassinato, abandonado em um local próximo à residência dos gêmeos. “O que configurou em mais um indicio da participação. Depois, em diligências na casa de ambos, encontramos uma peça do carro, um tanque GNV furtado, e foi mais um reforço. Por fim, conseguimos localizá-los, cumprimos as prisões e eles confessaram, foram bem enfáticos e deram como justificativa o fato do estupro, alegando que frequentavam a lan house do Ubiratan e ele teria tentado assediá-los”, argumenta.

“Ambos agiram como justiceiros, o que não é o papel deles, é algo que cabe à Polícia, Judiciário e Ministério Público, prender, denunciar e condenar a pessoa. Não poderiam agir dessa forma, mas agiram, e por esse motivo estão presos preventivamente pelo homicídio de Nova Veneza. Já nesse inquérito de Criciúma vamos fazer mais um pedido de prisão preventiva e acreditamos que vá ser expedida, porque as provas são bem fortes”, reforça Milanese.

Terceiro envolvido

Ainda há suspeita de que um terceiro indivíduo, provavelmente um adolescente, tenha participado dos dois casos de homicídio. Segundo Milanese, as investigações terão continuidade na DIC Criciúma, com objetivo de identificar mais esse envolvimento.

“Já temos um apelido e alguns indícios de quem seja, por isso pedimos para que ele se apresente o quanto antes à Polícia Civil, para esclarecer a situação. Quem atirou já confessou, a princípio esse rapaz teria pego uma carona e indo na onda dos dois irmãos”, finaliza o delegado.

Francine Ferreira com edição de Willians Biehl