Após uma série de tentativas, não foi possível recuperar os votos armazenados na urna eletrônica utilizada na seção 458, de Içara, no primeiro turno das Eleições 2014. Os testes foram conduzidos e explicados por técnicos nomeados peritos pelo Tribunal Regional Eleitoral de Santa Catarina (TRE-SC).
A partir de agora, um laudo oficial será elaborado e entregue à relatora do processo. O julgamento, com o posicionamento final do TRE-SC, deve acontecer em breve, cabendo recurso da decisão ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE).
Realizada nesta quarta-feira (5), a audiência pública que tentou recuperar os votos da urna de Içara durou cerca de duas horas. Durante a sessão, dois técnicos nomeados peritos pelo TRE-SC – acompanhados de perto por um assistente técnico indicado pelas partes – repetiram os procedimentos de contingência e recuperação de dados, já realizados na seção eleitoral e pela Junta Eleitoral. As ações estão previstas nos artigos 95 e 173 da Resolução TSE nº 23.399/2013.
A memória interna da urna original também foi transferida para uma urna reserva, na esperança de que os votos pudessem ser restabelecidos. Os técnicos ainda executaram, pela primeira vez, o programa de “Verificação Pré Pós Eleição (VPP)” para tentar extrair os dados. Apesar de todas as operações, não foi obtido sucesso.
Todas as ações foram observadas por juízes do TRE-SC, Ministério Público, pelas partes envolvidas e jornalistas que cobriram a audiência.
Julgamento
De acordo com a relatora do processo, juíza Bárbara Lebarbenchon Moura Thomaselli, a expectativa é que o TRE-SC julgue o caso em breve. Como os votos não puderam ser recuperados, o Tribunal terá de decidir se realiza ou não uma nova eleição na seção eleitoral 458, onde ocorreu o problema com a urna.
O pedido vem da Coligação Muda Santa Catarina (PSDB/PEN), que requereu a anulação da votação e realização de uma nova eleição na seção eleitoral, caso os dados armazenados não pudessem ser recuperados. Até lá, os votos conferidos a cada um dos candidatos permanecem imutáveis.
Por Rafael Spricigo | Foto: Nícolas Martins
É assim mesmo