Artesanato: A terapia que resulta em arte

Em Nova Veneza, as bicicletas de Jorge Gava chamam a atenção pela originalidade

Não é raro encontrar pelas ruas de Nova Veneza um modelo bastante peculiar de bicicleta. Quando ela passa com todos os seus detalhes, formada na maior parte em madeira e reforçada por um motor, chama a atenção dos curiosos. O que as pessoas veem é o resultado do trabalho de Jorge Humberto Gava, de 57 anos, que há oito meses se dedica a este tipo de artesanato.

Tudo começou com o neto Miguel como inspiração. Depois de pesquisar na internet um modelo alemão, Gava fez algumas adaptações e em pouco tempo deixou pronta uma pequena bike de madeira. Daí em diante não parou mais. Hoje ele já conta com três de maior porte, sendo que uma delas é a mais equipada, praticamente pronta, e as outras ainda estão em processo de aperfeiçoamento.

O morador de Nova Veneza já trabalhou em madeireira e no ramo da metalurgia. Também desenvolveu conhecimentos em mecânica. A experiência aliada ao talento para o artesanato resulta em peças repletas de originalidade. Porém, para ele, o que mais vale é o benefício proporcionado pelos momentos dedicados à atividade.
“Considero uma grande terapia. Fumei durante 40 anos e parei há cinco. Isso me ajuda muito, pois é um escape. Quando estou no meu canto, me dedicando à produção, esqueço de tudo. Até falo sozinho”, conta.

Chama atenção a riqueza de detalhes do veículo mais equipado. Durante um período de aproximadamente um mês, ele foi ganhando novos itens. Além do motor de 50 cilindradas, conta com espaço para ferramentas, lanterna, velocímetro, marcador de quilometragem, entre outros. As madeiras, encaixadas em partes, deram mobilidade e usabilidade.

Gava utiliza basicamente para passeios pelo município e já rodou 800 quilômetros. Hoje os conterrâneos já estão mais acostumados, mas no início manifestavam o estranhamento. “O pessoal daqui dizia que era coisa de louco. Já os de fora ficavam admirados”, resume.

 Os trabalhos não param

O objetivo do artesão não é aumentar muito o estoque, já que a ideia não é comercializar. O foco agora, segundo ele, é aprimorar as outras duas bikes. Ainda é preciso aperfeiçoar alguns detalhes para que elas fiquem mais práticas.
Porém, as novas ideias estão sempre surgindo. “No ano que vem quero fazer um triciclo e já estou pesquisando sobre o assunto. O projeto está na cabeça. Ele terá duas rodas na frente e uma atrás. Quero me dedicar bastante para o resultado seja como espero”, conclui.

Artesanato: A terapia que resulta em arte
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